Pra cozinha mesmo

Flavio F. Soares
@FlavioFSoares

Publicado em 17 de setembro de 2009

Pra Cozinha!, por Flavio F. Soarez

Sábado 12 de setembro de 2009.

Já passava das 13h quando eu e Camila nos encontramos com Conrad na entrada da galeria do Edifício Copan. Era um dia agradável, daqueles que pedem um bom chope gelado e muita conversa fiada; mas, como estávamos lá a trabalho, a diversão teria que ficar para outro dia (e é esse senso de responsabilidade profissional que poupou o Conrad de ser arremessado por uma das janelas do famoso prédio). Nossa missão? Conferir a qualidade do mais novo prato da casa: a tradicionalíssima feijoada.

Após as devidas apresentações, nos encaminhamos à mesa onde nos foi servida uma deliciosa porção de torradas com alho e um pouco do caldinho de feijão. Enquanto conversávamos, comentávamos e trocávamos impressões sobre nossas expectativas em relação à feijoada, pude conferir o movimento do lugar e devo confessar que fiquei animado. O dito horário de almoço já havia se ido há muito e, mesmo assim, a casa continuava relativamente cheia e com mais gente chegando. Sempre um bom sinal.

Como a expectativa e a fome eram grandes, fizemos o pedido. Cometi o grande erro de não marcar o tempo mas me arrisco em dizer que em menos de 10 minutos as cumbucas fumengantes de feijoada e os pratos com as guarnições já estavam em nossa mesa, prontas para o ataque. E que ataque.

Jà na primeira garfada, a maciez da carne seca causa uma certa surpresa. Pra quê faca? O garfo dá conta de desfiar o generoso naco de carne que se mistura ao arroz soltinho e com aquele leve toque de alho causando uma explosão agradável na boca.

O caldo do feijão estava no ponto certo: nem extremamente grosso nem ridiculamente ralo. Na medida correta para umedecer o arroz, o torresmo sequinho e se incorporar à couve, cortada em tiras grossas e salpicada de bacon bem fritinho.

E nada de regulagem com os embutidos. Enquanto que em outras casas você precisa fazer uma minuciosa pescaria para encontrar pedaços de paio e de linguiça calabresa no meio da feijoada, aqui estas partes são servidas sem piedade, numa boa distribuição de carnes por porção que, diga-se, é mais do que generosa.

Como se isso não bastasse para satisfazer ao paladar, ao término de tudo tem a cerejinha do bolo. Ou melhor, o pudim de leite, cremoso e doce na medida certa. Pecando, talvez, no gosto um pouco acentuado de ovo, mas nada que comprometa o execelente almoço.

Ao término disso tudo, eu precisava conhecer o chef encarregado das panelas na Pizzaria Copan e dar-lhe os parabéns. Sendo assim, literalmente fomos pra cozinha e interrompemos o almoço do simpático Lucas de Sousa que, solícito, nos mostrou a cozinha do local – impecavelmente limpa, como deve ser toda cozinha industrial –, o segundo salão, no piso superior, normalmente reservado para festas e nos garatiu que, exceção feita à feijoada que, em suas palavras bem-humoradas, “não é ovo e precisa de mais tempo de preparação”, sua equipe está preparada para servir todos os outros pratos do cardápio rapidamente.

“E as pizzas?”, pergunto.

“As pizzas são feitas por outra parte da equipe, então nunca tem como a parte de refeições atrapalhar a de pizzas.”

“E o segredo da feijoada?”

“Ah, isso eu não conto não”, responde, com simplicidade e franqueza, Lucas, que desde 2005 mudou de profissão e, de assistente de cozinha, chegou a chef da Pizzaria Copan.

Semana que vem voltamos às panelas, Zezinho.

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3 respostas para “Pra cozinha mesmo”

  1. Barbara disse:

    só pra constar, são 3 da tarde e eu ainda não almocei. isto posto, acho q não preciso explicar o q senti ao ler esse texto…

  2. Camila Dias disse:

    Tudo tava maravilhoso!
    o pudim tava ótimo também!

  3. Paulo Patux disse:

    Ai ai…
    Mais alguma covardia lista na pauta??

    E @CamilaDias, você me deve uma marmita via Sedex!! Hehehe…

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