Crianças estão 10 vezes mais gordas e quase metade delas serão obesas até 2022

Gordo Convidado
@papodegordo

Publicado em 02 de julho de 2019

Dados da Public Health England (PHE) dão conta de que, se comparados com os números de trinta anos atrás, hoje dez vezes mais crianças são obesas. Em apenas dez anos, o percentual de pequenos de 11 anos com problemas de peso aumentou em mais de um quinto.

Ao longo das três últimas décadas, essa tendência é ainda mais acentuada: do total, 4,1% dessas crianças são agora classificadas como “gravemente obesas” – em comparação com apenas 0,4% em 1990. Metade dos pequenos sofrerão as consequências da obesidade em 2022.

No Brasil, 13% dos meninos entre 5 e 19 anos, e 10% das meninas na mesma faixa etária, sofrem com obesidade ou sobrepeso, de acordo com o Ministério da Saúde. A situação mundial é de alerta e o assunto já é tratado como uma epidemia a ser combatida com informação e disciplina.

Regiões do mundo com taxas de obesidade já altas tiveram aumentos proporcionalmente menores e algumas viram pouco ou nenhum aumento. Em lugares como Polinésia e Micronésia, sudeste da Ásia e sul da Ásia, bem como nos EUA, as taxas de obesidade entre crianças permanecem acima de 20%.

Embora algumas políticas tenham sido postas em prática para melhorar o exercício e a dieta nas escolas dos EUA, por exemplo, esses programas não são tão difundidos e consistentes quanto deveriam ser.

Marketing de alimentos, políticas e preços são algumas das causas

Nas últimas duas décadas, as taxas de obesidade em crianças e adolescentes aumentaram globalmente e continuam a subir em países de baixa e média renda. Essa subida é preocupante e reflete o impacto do marketing e das políticas de alimentos em todo o mundo, com alimentos saudáveis e nutritivos sendo muito caros para famílias e comunidades pobres. A tendência é uma geração de crianças e adolescentes obesos e propensos a desenvolver doenças por conta do excesso de peso.

A saída passa por políticas que tornem os alimentos saudáveis e nutritivos mais disponíveis em casa e nas escolas e especialmente em famílias e comunidades pobres, além de regras e impostos para proteger as crianças de alimentos não saudáveis.

Iniciativas de combate à obesidade infantil

Os sistemas de saúde de países subdesenvolvidos, como Brasil e México, por exemplo, se concentram tradicionalmente no tratamento de doenças infecciosas e terão o desafio de se adaptar aos problemas desta nova geração, mais propensas a condições cardíacas e doenças como a diabetes.

O Brasil assumiu uma série de compromissos com a ONU que visam frear a escalada da obesidade, diminuindo em 30% as taxas de consumo de bebidas com açúcar e aumentando em 18% o consumo de frutas, verduras e legumes. O país pretende chegar a estes objetivos oferecendo incentivos a microagricultores, reduzindo impostos sobre alimentos saudáveis e educando pais e crianças sobre a importância de uma dieta equilibrada.

É cada vez maior o número de pais interessados no tema e a internet tem desempenhado um importante papel: “Notamos um aumento nos últimos anos de pais procurando se informar sobre nutrição infantil e preocupados em consumir produtos de origem natural”, conta Lucas Coppi, coordenador do site infantil cantinhodospapais.com.br.

O México foi um dos primeiros países a implementar uma taxa sobre o açúcar e, desde 2014, impõe uma taxa de 10% sobre bebidas adoçadas artificialmente. Desde 2018, o Reino Unido também tem uma taxa a produção de bebidas com açúcar. e o imposto varia de acordo com o nível de açúcar acrescentado à bebida. O governo britânico agora estuda estender a medida para os milkshakes.

Esperamos que essa onda chegue até o Brasil!

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