Novas roupas velhas

Eduardo Sales Filho
@eduardo_sales

Publicado em 30 de junho de 2008

Entre as milhares de coisas que diferenciam os homens das mulheres, está a forma como encaramos o conceito de roupas e sapatos.

Para os homens, essas peças do vestuário são apenas coisas necessárias para não se morrer de frio ou detonar a sola do pé. Já para as mulheres, as roupas e sapatos representam parte fundamental de quem elas são como indivíduos.

É por isso que toda mulher adora fazer compras e renovar o guarda-roupa, especialmente depois de emagrecer alguns quilinhos. Os homens não costumam passar pelo mesmo processo.

A gente até pode sair pra comprar roupas de vez em quando, mas certamente não teremos a paciência feminina de entrar em várias lojas e experimentar centenas de peças até achar aquela bolsa, pra combinar com aquele sapato e aquele cinto que serão usados com aquela calça e aquela camisa!

Não. Homem é um bicho mais prático: entrou na loja pra comprar camisas; experimenta uma; se gostou leva várias parecidas, mudando apenas a cor ou a estampa.

Particularmente, eu odeio comprar roupas. Não sei se está ligado ao fato de sempre ter sido gordo, mas a verdade é que nunca achei interessante ficar suando naqueles provadores apertados das lojas enquanto um vendedor esperava do lado de fora com uma pilha de calças para experimentar. Depois de várias experiências irritantes, resolvi dar um basta nisso. Era chegado o momento de encontrar alternativas.

Eu precisava de roupas, mas não gostava de entrar em milhares de lojas para procurar. A solução era óbvia, contratar uma costureira!

Seguindo a recomendação da minha mãe, fui até a Skill Modas. Minhas medidas foram tiradas, disse para Maura – a dona da loja – exatamente o que queria, e voltei alguns dias depois para pegar minhas encomendas. Gostei tanto da experiência que, desde então, tenho feito basicamente a mesma coisa. Quando preciso de camisas ou calças, escolho alguma que está legal em mim, entrego pra costureira e mando fazer outras do mesmo tamanho.

Com o passar do tempo, minhas roupas foram ficando cada vez maiores, sempre proporcionais ao meu peso avantajado. Até que chegou a gastroplastia e comecei a emagrecer. Com quarenta quilos a menos as minhas calças não paravam de cair e minhas camisas pareciam uma lona de circo.

Todo mundo dizia que eu precisava comprar roupas novas, usar camisas mais apertadas, que isso faria bem pra mim e coisa e tal. Só tem um problema, eu odeio comprar roupas. A solução era evidente, iria apelar para Maura de novo.

Aproveitei os dias que passei em Amargosa, depois do São João, e levei um monte de camisas e calças para apertar. Agora o meu guarda-roupa está completamente renovado: as roupas são as mesmas, mas o tamanho… quanta diferença!

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