O gordinho de 40 anos

Eduardo Sales Filho
@eduardo_sales

Publicado em 27 de novembro de 2009

Desde criança sempre ouvi todo mundo falar que os gordos estavam mais propensos a uma infinidade de doenças e barriga01que, por isso, eu precisava  emagrecer. Já tentaram explicar pra um gordinho de cinco anos que ele não pode tomar sorvete todo dia ou jamais chegará aos quarenta? Desnecessário dizer que essa abordagem não funcionou comigo.

Com cinco anos de idade a gente não tem uma noção real de tempo para compreender o que “viver até os quarenta” significa. Quando viramos adolescentes e somos capazes de entender melhor esses conceitos abstratos, estamos obcecados demais com nossos próprios “problemas” (já repararam como todo adolescente sempre tem problemas?) para se preocupar com o futuro.

Quando a adolescência vai embora e chegamos na casa dos vinte anos, temos a absoluta certeza de que somos imortais e de que nada jamais vai nos acontecer. É só a partir dos 30, depois que a empolgação da juventude começa a dar espaço pras obrigações da vida adulta, que começamos a nos preocupar com coisas como: dinheiro, saúde, filhos, família, futuro, morte.

No segundo texto publicado neste blog, explicando que motivos me levaram à fazer a cirurgia de redução do estômago, eu disse o seguinte:

Então, vocês me perguntam, por que diabos vai fazer essa cirurgia?
Não sou mais uma criança. Tenho 31 anos e 168 quilos. No momento ainda estou bem, mas tenho certeza que isso não vai durar pra sempre. Mais cedo ou mais tarde começarei a sentir dores recorrentes nos joelhos, tornozelos e nas costas. Ficará cada vez mais difícil andar sem botar os bofes pra fora; se jogar futebol correrei o risco de ter um enfarte; e fazer sexo vai se tornar muito mais cansativo do que prazeroso.

Foi a sensação de mortalidade que me fez mexer o meu traseiro gordo e tentar emagrecer para ter um futuro melhor. O curioso disso tudo é que, recentemente, pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão descobriram que pessoas com sobrepeso aos 40 anos, vivem até seis anos a mais do que as com peso normal nesta idade. Segundo o estudo, o grupo com menor expectativa de vida é o dos magrelos.

Então, colega de peso, se você está chegando nos ‘enta’ e tá tudo certo contigo, pode relaxar e aproveitar, pois seu tempo aqui na Terra ainda vai demorar pra acabar. No entanto, se ainda te faltam uns bons anos até os 40, larga mão de ser preguiçoso e vai emagrecer! Te garanto que vale à pena…

Fonte:
Depois dos 40, é mais saudável ser gordinho

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4 respostas para “O gordinho de 40 anos”

  1. Tamara Ka disse:

    Talvez quando chegar minha hora eu reaja diferente, mas essa história taoista de que viver mais anos é sinal de alguma coisa boa, sinto muito! Pra mim não cola! Eu morro de medo de passar dos 70. Viver é MUITO complicado!

  2. Carolina disse:

    Achei o texto interessante, mas tem um porém. É estranho uma universidade do Japão ter chegado a essa conclusão, pois o Japão é um dos países com a maior expectativa de vida (ou é o país com a maior expectativa de vida?)do mundo, e os velhinhos lá são todos magrelos. Será que se fossem mais gordinhos então viveriam 150 anos???

  3. Adriana disse:

    Muito legal seu pensamento, eu as vezes reflito sobre tudo que vc disse, independente de estar acima do peso ou não, é muito importante cuidar da nossa saúde. Mas tudo é muito relativo. Depois dos 30 apesar de não parecer nada, muda MUITA coisa…Boa sorte na sua jornada.

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  4. Elza Lautou disse:

    Acho que tudo tem a ver com a genética da pessoa. Meu avô era obeso e faleceu aos 68, vitima de CA. Sua esposa, minha avó faleceu aos 105 anos, lúcida e com boa saúde, o coração parou de funcionar por estar velhinho e não era magra. Baiana de nascimento, gostava mesmo era de uma carne gordurosa, arroz, feijão e farinha. Seus 12 filhos, obesos e diabéticos, estão todos vivos, com a maioria acima de 80 anos. Já os netos que são obesos, e apesar de serem bem mais jovens, já apresentam uma infinidade de doenças, como diabetes, problemas cardíacos etc,. E são obesos, não por consumirem uma grande quantidade de carnes, arroz e feijão, como a minha avó, mas pelo consumo excessivo de carboidratos, como pães, macarrão, frituras e doces, coisas que a minha avó não apreciava muito.

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