Os 50 maiores gordos dos quadrinhos: Groo

Lucio Luiz
@lucioluiz

Publicado em 04 de setembro de 2010

Chegando meio devagar no meio dos outros 50 maiores gordos dos quadrinhos, a medalha de bronze acabou ficando com Groo, o errante, um bárbaro gordo que é uma espécie de Conan depois de passar pela primeira versão da máquina de teletransporte de A Mosca (quanta referência nerd, por Megatheos).

A citação a Conan não é à toa. Groo realmente foi criado para ser uma espécie de paródia do mais famoso bárbaro dos quadrinhos. Sua primeira aparição foi em 1982, na edição de estreia da revista Destroyer Duck. Seu criador, Sergio Aragonés, já era famoso como artista da revista Mad (para quem não ligou o nome à pessoa, é ele quem faz as “marginais da Mad”), então não demorou para que Groo conquistasse o público e tivesse seu próprio gibi (que durou mais de 100 edições regulares nos Estados Unidos). As histórias também contam até hoje com a participação de Mark Evanier, que pega o material criado por Aragonés, escreve os dialogos, faz sugestões e insere várias piadas.

Groo também era querido por aqui, tanto que chegou a ter um gibi regular no Brasil. A editora Abril publicou 27 edições de Groo, o errante (por sinal, Aragonés adorou a escolha do termo “errante” para a edição brasileira, já que ele gostaria de ter usado algo parecido se existisse tal palavra em inglês). O gibi trazia duas edições do original norte-americano. Antes disso, o especial A morte de Groo havia sido publicado dentro da série Graphic Novel, também da Abril (edição 14). Atualmente, ele tem eventuais minisséries e especiais publicados por editoras variadas (algumas que até já fecharam as portas, transformando esses gibis em material de colecionador).

Mas, afinal, quem é Groo? Resumindo: Ele é um completo idiota, condenado desde o nascimento a não ter um pensamento inteligente sequer (pois é, foi um mago que fez ele se tornar uma perfeita anta ainda no ventre da mãe). Misturando burrice e ingenuidade, ainda criança ele era vendido pela avó para mercadores de escravos, mas sempre acabava conseguindo escapar graças a sua capacidade de levar destruição onde quer que estivesse. Na idade adulta, se tornou o mais famoso bárbaro de todos os tempos. Só de ouvir seu nome, todos fogem desesperados. Afinal, onde quer que Groo esteja, ele vai destruir tudo. Sem querer, na maioria das vezes.

Com a companhia do fiel Rufferto, seu cão e, de certa forma, único amigo, Groo vai errando por aí (nos dois sentidos), participando animado de toda e qualquer luta que apareça. Não importa quem esteja lutando contra quem, já que ele geralmente vai atacar os dois lados ao mesmo tempo. Ele é capaz de comer toneladas de queijo derretido, assim como é invencível no manejo de suas katanas. Já comentei que ele é burro que nem uma pedra?

As histórias de Groo se baseiam em várias piadas recorrentes. Uma das mais clássicas é ele perguntar “Terei errado?” assim que faz uma desgraça acontecer. E ele sempre faz uma desgraça acontecer. O humor das histórias é muito ágil, com várias piadas por página, tanto nos diálogos quanto em gags visuais (o desenho de Aragonés, apesar o estilo cartunesco, é incrivelmente detalhado). Atualmente, Aragonés e Evanier publicam especiais e minisséries fechadas na editora Dark Horse, tendo como principal foco críticas a vários aspectos da sociedade, naturalmente adaptadas ao universo “medieval bizarro” no qual Groo está inserido. Por exemplo, para uma história que criticava a televisão foi utilizado um show de fantoches como metáfora.

Outro aspecto que enriquece as histórias de Groo é seu amplo elenco de coadjuvantes (a grande maioria querendo estar bem longe dele, na verdade). São personagens variados, como bruxas, guerreiros, trovadores e até sua irmã (que, claro, o odeia). Isso dá mais força às piadas recorrentes. Apesar de todo esse potencial para histórias variadas, ainda não fizeram nem animação nem filme live action com o personagem (o que, considerando alguns que existem por aí, pode até ser um alívio). Claro que, pra variar, há uma promessa de filme circulando há alguns anos.

Em essência, esse é Groo. Um gordo fanático por queijo derretido, capaz de comer que nem um porco (literalmente) e que adora uma peleja. Burro, ingênuo e boa gente, mesmo matando quase todo mundo que está por perto (geralmente é sem querer, então dá pra perdoar). Por isso tudo, ele conquistou um merecido terceiro lugar entre os maiores gordos dos quadrinhos.

Peraí… O que eu quis dizer com “meio devagar”?

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Para conhecer melhor o personagem:


Groo & Rufferto

(aventura divertida com destaque para Groo e seu cão, Rufferto)

Groo: 25 anos de desastres

(edição comemorativa com mais de 160 páginas de histórias)

Sergio Aragones’ Groo: Library

(quatro histórias clássicas para quem gosta de ler no original)

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Clique aqui e confira todas as matérias sobre os 50 maiores gordos dos quadrinhos.

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