Obesidade sem Marcas

Lucio Luiz
@lucioluiz

Publicado em 05 de maio de 2011

O Brasil é o segundo país com maior quantidade de cirurgias bariátricas, com uma quantidade considerável de procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda assim, a rede particular é responsável por uma quantidade 13 vezes maior de cirurgias, muitas delas pagas pelos planos de saúde.

Para um plano cobrir um procedimento, ele precisa estar listado no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão do governo federal que regula a atuação dos convênios. O problema é que essa lista está desatualizada e não contempla métodos recentes e menos invasivos, como a videolaparoscopia, fazendo com que as pessoas precisem bancar esse procedimento por conta própria ou utilizar algum método com maior risco cirúrgico. A ANS pretende atualizar esse rol de procedimentos em 2012 e iniciou uma consulta pública sobre o assunto até 14 de maio.

Para ajudar na inclusão da videolaparoscopia na lista da ANS, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) lançou a campanha Obesidade sem Marcas, que consiste na divulgação da consulta e no recolhimento de assinaturas em um abaixo assinado. Segundo o Dr. Tapioca, a iniciativa é muito positiva e aumenta as escolhas dos médicos na hora de decidir por um procedimento. “Como a maioria dos médicos, eu sempre quero o melhor pro meu paciente e, se existe um método de minimizar o risco cirúrgico, acho que esse deveria ser uma opção disponível não só na saúde suplementar, como na pública”, afirmou.

Para quem não conhece, a videolaparoscopia é um procedimento pouco invasivo que não necessita que se abra o abdome do paciente. O médico precisa apenas fazer de quatro a cinco furos de meio centímetro cada para passar as cânulas e a câmera de vídeo. Além de um menor tempo de cirurgia, também há uma diminuição do risco de infecção, menor incidência de hérnia no local do corte e a possibilidade de voltar às atividades normais em menos tempo. Em contrapartida, o custo é alto, o que explica a importância de que seja uma opção contemplada pelos planos de saúde. Ainda assim, 35% das cirurgias bariátricas realizadas no Brasil em 2010 foram por videolaparoscopia.

Vale lembrar que cada pessoa pode precisar de um procedimento diferente na hora de fazer uma cirurgia bariátrica e que cada um possui suas vantagens e desvantagens. A decisão de qual o melhor método cabe ao médico, que deverá explicar sua opção ao paciente da maneira mais clara possível. A campanha não afirma que a videolaparoscopia é o melhor método para todos os casos, apenas quer que ela possa ser uma opção viável e menos custosa.

Publicidade

Comente no Facebook

Comente no Site

Uma resposta para “Obesidade sem Marcas”

  1. Elenice disse:

    Olha quero compartilharminha indignação com planos de saúde, pois temos o direito de fazer uma cirurgia menos invasiva e assim, correndo menos risco de pegarmos uma infecção hospitalar etc, quero sim fazer cirurgia bariátrica, mas quero por video e estou indignada de até hoje a unimed de Minas não aderiu a custear esse procedimento.Isso é uma vergonha nacional, pois vários planos custeam essa cirurgia, por que será que temos que recorrer a justiça se pagamos em dia nossas contas.Fica assim meu protesto

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *